REVISÃO DE CENÁRIOS E PROJEÇÕES 2025
A incerteza quanto ao futuro da economia mundial aumentou de forma considerável em 2025.

A incerteza quanto ao futuro da economia mundial aumentou de forma considerável em 2025. O Fundo Monetário Internacional (FMI), ao divulgar a revisão de suas projeções de crescimento na semana ada, descreveu que o mundo está entrando em uma Nova Era. No Brasil, continuam os problemas com as contas públicas, provocando aumento da inflação e dos juros, o que deve fazer o crescimento econômico desacelerar. Contudo, a safra de grãos recorde e o desempenho do mercado de trabalho devem ajudar a segurar a economia. No Rio Grande do Sul, mais uma vez sofremos com os impactos severos do clima, com uma estiagem que repercute em toda a cadeia produtiva, desde a produção agropecuária, ando pela indústria e com reflexos nos serviços.
Esse é contexto que permeia essa revisão de cenários e projeções. De posse dos dados já observados nos primeiros meses do ano e munidos do novo conjunto de informações que a conjuntura econômica nos oferece, buscamos atualizar nossas perspectivas para 2025 das principais variáveis econômicas do mundo, do Brasil e do Rio Grande de Sul.
CENÁRIO INTERNACIONAL
A política tarifária imposta pelo novo governo Trump nos Estados Unidos deve trazer impactos significativos nas cadeias produtivas do mundo inteiro. Como consequência, o FMI revisou a projeção de crescimento do mundo em 2025 para 2,8%, abaixo dos 3,2% previstos no final do ano ado e dos 3,3% estimados para 2024. As principais economias do mundo sofreram revisão para baixo: EUA (1,8% de 2,2%), China (4,0% de 4,5%) e Europa (0,8% de 1,2%). Em sentido contrário, a Argentina segue surpreendendo positivamente, com revisão de alta de 5,0% para 5,5%, o que deve beneficiar a demanda por produtos brasileiros, em especial os do Rio Grande do Sul.
Como reflexo da política tarifária de Trump, o Dólar vem perdendo força frente às principais moedas do mundo. O diferencial de juros também tende a valorizar o Real frente ao Dólar. Diante disso, revisamos nossa projeção da taxa de câmbio no final de 2025 para R$ 5,80/US$, ante R$ 5,90/US$.
CENÁRIO BRASIL
No cenário nacional, continuamos esperando uma desaceleração do avanço da atividade econômica em relação a 2024. A economia segue impactada pela instabilidade no cenário internacional, pela política monetária restritiva e inflação persistente, mas principalmente pela elevada incerteza nas contas públicas. A projeção para o crescimento do PIB no Brasil em 2025 foi mantida em 2,1%, mas com ajustes na composição setorial.
Elevamos a projeção de crescimento para a Agropecuária (de 5,3% para 5,5%), por conta da safra recorde de grãos a ser confirmada. A Indústria teve sua projeção reduzida para 1,4% (ante 1,7%), em razão da desaceleração observada nos bens de consumo não duráveis. No setor de Serviços, a alta esperada foi ajustada marginalmente para baixo, de 2,1% para 2,0%. A projeção de geração de empregos formais foi mantida acima de 1 milhão de postos de trabalho e taxa de desemprego não deve subir de forma considerável.
No quadro fiscal, nossa expectativa é de fechamento do ano com um déficit fiscal de 0,9% do PIB e que a dívida bruta alcance 81,1% do PIB, um patamar elevado frente à média dos países emergentes. Como consequência de um fiscal desajustado, a inflação e o juros devem continuar elevados. Projetamos que o IPCA encerre 2025 em 5,4% e o INPC em 5,3%, ambos acima das estimativas feitas no final de 2024, de 4,3% e 4,5%, respectivamente. Quanto à taxa básica de juros, projetamos mais uma alta de 0,50 ponto percentual, levando à Selic para 14,75% ao ano e a manutenção desse patamar ao menos até o final de 2025.
CENÁRIO RIO GRANDE DO SUL
No Rio Grande do Sul, novamente, as condições climáticas adversas devem frustrar o crescimento esperado para o ano. A projeção de alta do PIB em 2025 foi reduzida de 3,3% para 2,2%, em razão principalmente da revisão no desempenho esperado da Agropecuária, que ou de aumento de 2,1% para retração de 5,2%. No setor de Serviços, a projeção foi revisada de 3,5% para 2,8%, em função dos resultados negativos registrados no volume de serviços nos primeiros meses de 2025.
Para a Indústria, a projeção foi revisada marginalmente de 3,2% para 3,1%, apoiada na recuperação dos segmentos ligados à reconstrução e na baixa base de comparação de 2024. A produção industrial gaúcha cresceu 3,5% no primeiro bimestre frente ao mesmo período do ano ado. As exportações não devem ser um grande vetor de crescimento da indústria gaúcha, fechando o ano em US$ 16,1 bilhões, patamar próximo ao verificado em 2024. Contudo, um reflexo positivo já está aparecendo nos embarques com a recuperação na Argentina e a abertura de novos mercados na Ásia, sobretudo para produtos da agroindústria.
Para ler mais, e: https://observatoriodaindustriars.org.br/inteligencia-estrategica/revisao-de-cenarios-e-projecoes-2025/
Fonte: Observatório da Indúustria/Fiergs